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Taioba: Guia definitivo de Identificação



A primeira vez que ouvi falar de taioba foi numa história meio trágica, meio cômica. A irmã de uma vizinha estava com a casa em obras, levantando um muro de arrimo no fundo da casa. Trabalhavam lá três pedreiros. O problema: a casa era no meio do nada, e no primeiro dia dos trabalhadores, não havia muita coisa para o almoço. E, obviamente, nenhum bar ou padaria por perto. O almoço saiu de improviso, talvez um frango caipira, feijão, farinha e uma verdura. Época de seca, não tinha nada na horta. Correu pra matinha lá perto, lembrava que a mãe colhia umas folhas verdonas que nasciam sozinhas perto do "corguinho". Era a taioba. Picou como se fosse couve, refogou e serviu.


Resultado: Todos cuspindo e babando, a língua inchando, uma pinicância absurda "tem veneno nessa bóia aqui, dona?".


A Dona, coitada, lembrava da verdura de infância, que sua mãe fazia picadinha. Mas poxa, era tão parecida! O problema é: parecida não é idêntica. A taioba é uma plantinha traiçoeira. Dificilmente produz flores, frutos. Está sempre lá, paradona, com suas folhas grandes e em forma de coração - igual outras espécies do mesmo gênero e família. A seguir, folha do inhame, muito parecida.



Nunca ouviu falar? A taioba é uma hortaliça que está voltando para as hortas. Bem lentamente, verdade. Mas pergunte por aí - certamente alguém já ouviu falar ou já comeu, ou conhece alguém que já comeu. Consome-se igual a couve, refogada, ou em outras inúmeras receitas.


Fato: é fácil identificar a taioba?


Existem diversas plantas, da família das Araceas, muito parecidas com a Taioba, como a que a vizinha da história serviu de almoço. Contudo, poucas possuem as folhas comestíveis após cozimento. Das comestíveis, estão inclusas no gênero Xanthosoma: Xanthosoma sagittifolium (conhecida como Taioba) e Xanthosoma mafaffa (chamada de Mangarito).


Porém, há muitas espécies que as folhas, ricas em ácido oxalico e outras substâncias, são tóxicas e causam irritação na boca. Essas espécies possuem tantos cristais de oxalato que, mesmo cozidas, seu consumo não é seguro. Elas estão principalmente no gênero Xanthosoma, Alocasia e Colocasia.




As espécies do gênero Alocasia também são parecidas com a Taioba. Mas a diferença é fácil. As folhas da Alocasia apontam para cima. As da Taioba, para baixo.


Acho que agora dá pra consumir com mais segurança, certo? Se não tiver certeza, não consuma. Nem sirva pras visitas. Melhor ficar na dúvida... Hahaha.


Taioba, modo de preparo:

  1. Ferva água, adicione as folhas picadas ou inteiras.

  2. Aguarde uns segundos e remova as folhas.

  3. Descarte a água.

  4. A Taioba está pronta para ser consumida.

Caso vá consumir os talos, cozinhe por 3 minutos e escorra. O calor inativa substâncias tóxicas, e os cristais de oxalato ficam na água.


Até a próxima!


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